Em termos de Balanço Energético Nacional, o consumo de energia eléctrica no sector dos edifícios é de grande peso no consumo final do país, com um consumo de cerca de 2,1 Mtep (milhões de toneladas equivalente de petróleo), tendo vindo a aumentar gradualmente no sector não doméstico, de cerca de 1 Mtep em 2000 para 1,1 Mtep em 2003, e a aumentar grandemente no sector doméstico de cerca de 0,8 Mtep em 2000 para 1 Mtep em 2003 (DGE, 2005).
Na Figura 1, pode-se observar a grande importância dos consumos associados aos sectores dos serviços e da habitação em Lisboa, sectores estes predominantes na zona do Chiado.
Nos edifícios de serviços, as principais fontes de consumo energético encontram-se principalmente na climatização. Ao longo do século XX os critérios de conforto foram-se alterando no sentido de uma menor margem de variabilidade no desempenho ambiental no interior dos edifícios. É actualmente urgente dar uma atenção mais cuidada à concepção dos edifícios, de modo a obter um consumo reduzido de energia, mantendo níveis de conforto aceitáveis, isto é, reduzindo o consumo associado a sistemas mecânicos, como o ar condicionado. Se este esforço não for realizado, o consumo energético aumentará de forma significativa aproximando-se da média dos países da União Europeia (Adene/INETI, 2001).
A implementação de estratégias de design passivo, como por exemplo o uso, da orientação solar, da ventilação natural, da inércia térmica e do sombreamento, entre outras, são técnicas que seriam uma solução bastante vantajosa devido às condições climatéricas, para a obtenção de uma maior sustentabilidade nos edifícios em Portugal.
A utilização de sistemas de design activos, como por exemplo o fotovoltaico, o solar térmico, entre outros, para a produção de energia eléctrica a partir do aproveitamento da energia solar, é uma forma para a qual Portugal dispõe de recursos de grande abundância, comparando a disponibilidade de horas de Sol por ano com outros países da União Europeia. No entanto, estes devem ser tidos como complementos à arquitectura e não como soluções para corrigir “erros” do desenho arquitectónico, até porque têm um tempo de vida inferior ao edifício em si.
As soluções para a obtenção de uma redução do peso no consumo energético dos edifícios para climatização e iluminação, tendo em atenção as directivas comunitárias sobre a produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis, e que estipulam para Portugal metade de fontes renováveis no consumo bruto de electricidade para 2010, passam pelo redireccionamento do consumo energético para as energias renováveis, como por exemplo, a utilização de técnicas solares passivas ou activas. (Adene/INETI, 2001).
Os consumos no sector doméstico em termos de utilizações finais distribuem-se aproximadamente 50% para cozinhas e águas quentes sanitárias, 25% para aquecimento e arrefecimento e 25% para iluminação e equipamentos. A noção destes valores é importante pois dão uma ideia dos campos de actuação por forma a melhorar a eficiência energética nos edifícios (DGE, 2005).
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