Projectos de Arquitectura – Arquitectar 09 – Projecto Z

Memória Descritiva e Justificativa

OBJECTIVOS

A promoção imobiliária exige cada vez mais projectos de futuro, socialmente, economicamente e ambientalmente sustentáveis, para uma sociedade que se encontra em constante transformação. O desafio para o arquitecto encontra-se nesta questão como projectar uma habitação para uma famí­lia de uma sociedade diversificada culturalmente, economicamente, com diferentes tipos de agregados familiares, em mudança constante e mais exigente.

O projecto proposto é um espaço de habitação flexível e adaptável, de modo a responder melhor a um maior número de pessoas e ao mesmo tempo optimizado em termos dos recursos naturais e energéticos envolvidos, providenciando-lhe assim uma mais-valia social, económica e ambiental.

Projectos de Arquitectura - Arquitectar 09 - Projecto Z - Perspectiva 1
Projectos de Arquitectura – Arquitectar 09 – Projecto Z – Perspectiva 1

PROJECTO/AUDÁCIA

A vivenda é composta por espaços sociais com diferentes funções nos dois pisos (salas de estar e de jantar, cozinha e escritório) e espaços privados compostos por três quartos distribuí­dos pelos dois pisos (dois quartos e um quarto com casa de banho e de vestir no primeiro piso).

A grande permeabilidade da vivenda com o exterior, dada através de grandes vãos envidraçados, proporciona a sensação de espaços mais amplos, iluminados e de contemplação ao mar ou rio. Uma grande comunicação entre os espaços interiores, dada por grandes aberturas, permite uma utilização diversificada dos espaços e uma maior relação entre o agregado familiar, sendo sempre possí­vel dar privacidade aos quartos situados nas extremidades.

Os espaços amplos da vivenda permitem zonas adaptáveis a diferentes actividades quotidianas como cozinhar, trabalhar, ler, descansar ou contemplar, entre outras. A utilização de grandes espaços amplos e de divisórias leves nos espaços interiores, permite uma maior conversão dos espaços, proporcionando uma habitação flexí­vel às alteraçõees do agregado familiar.

Projectos de Arquitectura - Arquitectar 09 - Projecto Z - Perspectiva 2
Projectos de Arquitectura – Arquitectar 09 – Projecto Z – Perspectiva 2

ENERGIAS RENOVÁVEIS

A transformação de energias renováveis em energia útil é feita através de painéis solares fotovoltaicos instalados na guarda do primeiro piso e por dois aerogeradores colocados na cobertura, estes elementos servem a produção de energia eléctrica. A instalação de painéis solares térmicos e um conjunto de colectores horizontais, aproveitam a energia solar e geotérmica para o aquecimento do ambiente interior e das águas sanitárias. O telhado inclinado proporciona a recolha das águas da chuva para aproveitamento com fins não potáveis, como na rega do jardim, lavagem de espaços exteriores e veí­culos, descargas de autoclismos e lavagens de roupa e de loiça. A água armazenada nos depósitos circula num sistema independente da água da rede potável, no entanto, pode ser instalado no depósito um filtro com raios ultravioletas que purifique a água e a torne potável. O aproveitamento da água da chuva permite uma grande redução dos consumos de água, muito importantes principalmente em zonas com períodos de seca.

Projectos de Arquitectura - Arquitectar 09 - Projecto Z - Perspectiva 3
Projectos de Arquitectura – Arquitectar 09 – Projecto Z – Perspectiva 3

EXEQUIBILIDADE DA SOLUÇÃO

A vivenda foi idealmente projectada para o clima temperado moderado do Algarve, zona de Loulé, onde as temperaturas oscilam entre os 30 º C no Verão e 5 º C no Inverno.

As aberturas nos alçados foram cuidadosamente localizadas e dimensionadas de modo a promoverem a entrada de Sol no Inverno, evitarem perdas excessivas de energia e permitirem a ventilação cruzada no Verão. A boa iluminação natural permite que, em 85% das vezes, a luz é suficiente para as tarefas durante o dia, não sendo necessária a luz artificial.

Em termos económicos, a opção pelo investimento da construção de uma vivenda sustentável de qualidade durável e energeticamente eficiente, tem menores custos de utilização. Aliados a uma Arquitectura energeticamente mais eficiente, a utilização do Sol, Vento e Água, é compensadora em termos de utilização de energia da rede e água para consumos.

Projectos de Arquitectura - Arquitectar 09 - Projecto Z - Perspectiva 4
Projectos de Arquitectura – Arquitectar 09 – Projecto Z – Perspectiva 4

ARQUITECTURA INOVADORA

SISTEMAS BIOCLIMÁTICOS

CUSTO DE OBRA

Os elementos arquitectónicos do projecto que aproveitam o Sol, Vento e Água para a iluminação, ventilação, aquecimento, arrefecimento e protecção do calor, conferem um melhor desempenho energético da vivenda. Os grandes vãos envidraçados sombreados pelo telhado que se projecta para além do plano da fachada, protegem os espaços interiores do calor da radiação solar no Verão, permitindo no entanto a penetração solar no Inverno para aquecimento.

A grande relação dos espaços interiores e a permeabilidade com o espaço exterior, possibilitam ventilar a vivenda naturalmente, dando a sensação de mais fresco no Verão, podendo assim reduzir ou eliminar o uso do ar condicionado. à medida que o ar se aproxima dos vãos envidraçados é arrefecido pelas zonas sombreadas e no contacto com a água da piscina.

O uso de materiais pesados e maciços na envolvente exterior, proporcionam uma maior estabilidade da temperatura interior, principalmente em climas sujeitos a grandes variações de amplitude térmica.

Os conceitos passivos não encarecem a construção, pois trata-se de conceitos da Arquitectura tradicional como o aproveitamento do Sol, vento e Água para a iluminação, aquecimento e protecção do calor dos edifí­cios.

Projectos de Arquitectura - Arquitectar 09 - Projecto Z - Perspectiva 5
Projectos de Arquitectura – Arquitectar 09 – Projecto Z – Perspectiva 5
Projectos de Arquitectura - Arquitectar 09 - Projecto Z - Perspectiva 6
Projectos de Arquitectura – Arquitectar 09 – Projecto Z – Perspectiva 6

Projectos de Arquitectura – Eco Vivenda

Projectos de Arquitectura – Eco Vivenda – Habitação unifamiliar composta por uma zona social com diferentes funções:

  • Sala de estar, jantar, cozinha e escritório.
  • Uma zona privada com suí­te incluindo closet e uma instalação sanitária, um quarto e uma instalação sanitária.
  • Uma zona técnica com lavandaria, despensa, arrumos e equipamentos.
Projectos de Casas - Eco Vivenda
Projectos de Casas – Eco Vivenda

Este projecto tem 185 m2 de área de construção, mais 45 m2 de terraço coberto para parqueamento automóvel e 35 m2 de terraço coberto para churrasqueira e sala exterior.

A vivenda foi idealmente projectada para climas temperados moderados, onde as temperaturas oscilam entre os 30 º C no Verão e 5 º C no Inverno, que é o caso das Regiões Centro e Sul de Portugal.

As aberturas nos alçados foram cuidadosamente localizadas e dimensionadas de modo a promoverem a entrada de Sol no Inverno, evitarem perdas excessivas de energia e permitirem a ventilação cruzada no Verão.

Uma boa iluminação natural permite que, em 85% das vezes, a luz natural é suficiente para as tarefas durante o dia, não sendo necessária a luz artificial.

Estratégias Bioclimáticas
Estratégias Bioclimáticas

Uma Arquitectura energeticamente mais eficiente permite que a utilização do aquecimento ou de ar condicionado sejam mais reduzidos.

O paisagismo da envolvente é importante na integração no local e controlo da exposição da habitação. As árvores permitem a protecção no Inverno e o arrefecimento do ar envolvente no verão. A piscina oferece também arrefecimento evaporativo do ar.

As ventoinhas no tecto permitem mover o ar no interior em dias quentes, podendo parecer mais frio pelo menos 2,8 º C, sendo necessário menos ar condicionado para arrefecimento.

Os sombreamentos exteriores permitem a protecção do Sol no Verão e maximizam a sua entrada no Inverno.

A parede de Trombe permite aquecer a casa de uma forma natural, aproveitando a radiação do Sol.

Energias Renováveis
Energias Renováveis

Aliados a uma Arquitectura energeticamente mais eficiente, a utilização do Sol, Vento e Água, é mais compensadora em termos de utilização da energia da rede e água para consumos.

A vivenda permite a instalação de painéis solares térmicos para aquecimento das águas sanitárias, painéis solares fotovoltaicos e mini-eólicas para micro-produção de electricidade. Todos os equipamentos necessários podem ser instalados na zona técnica.

Aproveitamento da Água da Chuva

A instalação de um reservatório de água permite colectar a água da chuva para aproveitamento nos consumos não potáveis, como para a rega do jardim, lavagem do automóvel, descargas dos autoclismos e lavagem de roupa.

45 Dicas para Construir uma Casa Mais Sustentável

45 Dicas para Construír uma Casa Mais Sustentável – Boas prácticas de a sua casa ser mais sustentável

Selecção do local

Projectos de Casas – Eco Vivenda
  • Locais pouco expostos ao vento, em particular aos ventos no Inverno
  • Locais com protecção natural contra o vento, como encostas ou conjuntos de árvores
  • Terrenos não sombreados por outros edifícios
  • Ruas com pouco trânsito automóvel
  • Locais com acesso a transportes públicos
  • Perto do local de trabalho, podendo assim poupar no uso do automóvel
  • Perto de comércio local

Integração no local

  • Utilizar pavimentação exterior que possibilite a fácil infiltração e drenagem da água
  • Manter os espaços verdes para permitir a evapotranspiração do solo
  • Evitar o uso de pavimentos betuminosos
  • Escolher plantas e árvores que se integrem no local

Desenho da casa

  • Orientar a casa com a fachada maior a Sul
  • As divisões com a maior utilização orientadas a Sul
  • As janelas sombreadas pelo exterior, a Sul e principalmente a Poente
  • Janelas pequenas viradas a Norte
  • Evitar grandes áreas de janelas
  • Uma boa iluminação natural em todas as divisões da casa
  • Janelas em paredes opostas da casa para permitirem ventilação transversal

Construção da casa

  • Prefira materiais de origem local, como pedras e outros
  • Materiais de origem reciclada
  • Materiais certificados ambientalmente
  • Materiais que possam ser renováveis
  • Não se esqueça que os materiais têm um tempo de vida limitado e que terão um dia de ser substituídos, opte por soluções de fácil renovação
  • Madeiras de origem certificada, geralmente com origem em florestas controladas
  • Isolamento térmico adequado à região, poderá consultar o valor no RCCTE
  • Caixilharias e vidro que promovam a redução da transmissão de calor e frio
  • Caixilharias que permitam ventilarem a casa facilmente
  • Isolamento junto ao solo com materiais que não apodreçam com a humidade
  • Cores claras na fachada e cobertura
  • Evitar tintas no interior que emitam COV’s (compostos orgânicos voláteis)

Equipamentos

  • Lâmpadas de baixo consumo
  • Candeeiros com regulação da intensidade de luz
  • Sensores de movimento em zonas comuns do prédio
  • Electrodomésticos de baixo consumo energético e de água
  • Aquecimento com equipamentos que utilizam materiais renováveis, como a madeira ou derivados da madeira (biomassa, pelletes)
  • Arrefecimento com ventoinhas de tecto e/ou equipamentos energeticamente eficientes
  • Torneiras em que possa ser regulada a quantidade do fluxo de água
  • Torneiras termostáticas, i.e. com escolha da temperatura desejada
  • Autoclismos com capacidade entre 4 a 6 litros
  • Cisternas para aproveitamento de águas pluviais para a rega dos espaços verdes

Energias renováveis

  • Colectores solares térmicos para aquecimento de águas
  • Colectores solares fotovoltaicos para micro-produção de electricidade
  • Míni-turbinas eólicas para micro-produção de electricidade

Resíduos

  • Contentores ou depósitos com separação de resíduos domésticos
  • Contentores com aproveitamento de resíduos orgânicos na produção de adubo para os espaços verdes

Arquitectura Vernácula

A Arquitectura Vernacular é por definição aquela que representa a técnica construtiva de acordo com a tradição local ou regional e a sabedoria popular.

As técnicas construtivas e as soluções arquitectónicas foram desenvolvidas e aperfeiçoadas ao longo dos anos, por meios de processos de tentativa e erro, com os recursos naturais do meio envolvente. Estas soluções arquitectónicas, transmitidas de geração em geração, são soluções adaptadas ao clima e cultura de cada região, adequando-se os materiais e os espaços ao meio ambiente envolvente.

A Arquitectura Vernacular representa a base dos princípios hoje conhecidos como a Arquitectura Bioclimática, a Construção Sustentável, a Arquitectura Solar Passiva, a Eco-Arquitectura, a Arquitectura Ecológica, entre outras. Os conceitos são transpostos de uma época em que não existiam sistemas de climatização e iluminação, e a construção tinha de ser eficiente e adequada à região onde seria implantada.

Construção Sustentável

A construção de edifícios que simultaneamente preenche todas as necessidades dos habitantes respeitando o ambiente e os recursos naturais do nosso planeta é denominada de construção sustentável. No entanto o conceito de sustentabilidade na construção engloba vários valores, tais como os sócio-culturais, económicos e ambientais.

Na construção sustentável torna-se importante o conhecimento das tradições construtivas da região em que o edifício se insere, preservando os valores culturais arquitectónicos e sociais de uma região na escolha dos materiais e do sistema construtivo.

Na escolha dos materiais a opção por materiais da região contribui para a diminuição da energia incorporada dos materiais (a energia incorporada é a energia despendida na extracção, fabrico e transporte dos materiais) e promove a economia local ou regional. Na opção dos materiais há que ter em preferência os materiais naturais ou reciclados, e possivelmente recicláveis no futuro.

Em termos económicos a opção pelo investimento de uma construção de qualidade durável e energeticamente eficiente tem menores custos de utilização. A gestão da manutenção do edifício e dos sistemas integrados é importante para a redução dos custos de reabilitação ou renovação do edifício, para além de que aumenta o seu ciclo de vida.

Durante a construção do edifício a gestão dos resíduos produzidos, o seu tratamento e destino são de extrema importância já que a maior quantidade de resíduos é produzida pela construção.

A avaliação do edifício e do espaço construído pode ser feito pelo sistema voluntário de avaliação português LiderA desenvolvido pelo Prof. Manuel Duarte Pinheiro (IST) à semelhança dos sistemas internacionais conhecidos como o BREEAM (Inglaterra) e o LEED (EUA).