Certificação Energética de Edifícios – Eficiência Energética

Certificação Energética de Edifícios

DL 78/2006, de 4 de Abril

RCCTE

Regulamento das Características do Comportamento Térmico dos Edifícios

(DL 80/2006, de 4 de Abril)

RSECE

Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios

(DL 79/2006, de 4 de Abril)

SCE

Sistema Nacional de Certificação Energética e da
Qualidade do Ar Interior nos Edifícios

(DL 78/2006, de 4 de Abril)

RCCTE – Todos os edifícios residenciais– Pequenos edifícios de climatização centralizado ou com sistemas com P 25 kW

 

RSECE Edifícios de serviços:

– Grandes áreas maiores de 1000/500m2
– Pequenas áreas com P maior de 25 kW
Edifícios de habitação com P maior de 25 kW
– Edifícios Novos

Remodelações ou Reabilitações com custo maior que 25% do valor do edifício
– Ampliações (apenas nova área construída)
SCE
– Pedidos de licença de utilização em edifícios novos
– Remodelações ou Reabilitações
mais de 25% do valor do edifício
– Venda ou locação de Edifícios de Habitação e Serviços existentes

Entrada em vigor da Certificação Energética:

– 1 de Julho de 2007

Edifícios Novos com mais de 1000 m2

– 1 de Janeiro de 2008

Edifícios Novos com menos de 1000 m2

– 1 de Janeiro de 2009

Edifícios Existentes

PROJECTO do EDIFÍCIO
Projecto do Edifício - Declaração de conformidade regulamentar
Declaração de conformidade regulamentar(DCR)
RCCTE e/ou RSECE
CONSTRUÇÃO do EDIFÍCIO Pedido de licença ou
autorização de
construção
1º Certificado Energético e da
Qualidade do Ar Interior (CE)
UTILIZAÇÃO do EDIFÍCIO Pedido de licença ou
autorização de utilização
Renovação de Certificado,
1º Certificado de edifício
existente,
Novo Certificado Energéticoapós Auditoria Periódica
Operação de venda,
locação ou arrendamento

Para obter licença ou autorização de Construção:

Processo RCCTE e/ou RSECE assinado pelo Projectista
Declaração de Conformidade Regulamentar (DCR) emitida pelo SCE através do Perito Qualificado

Para obter licença de utilização, no final da construção:

Declaração de conformidade do construído com o projecto e o RCCTE e/ou RSECE
Certificado Energético (CE) emitido pelo SCE através do Perito Qualificado

Os peritos qualificados serão os responsáveis pelo acompanhamento do processo de certificação, auditoria ou inspecção periódica

Potencial de Redução dos Consumos no Sector Residencial

Eficiência Energética - Potencial Economia
Eficiência Energética – Potencial Economia

Electrodomésticos

A compra ou simples substituição dos electrodomésticos pelos equipamentos (médios) do mercado representa um potencial de redução do consumo energético. Equipamentos mais eficientes podem representar menos 49% em consumo de electricidade e menos 32% em água nestas utilizações. Esta redução corresponde a uma economia de 143 €/ano em relação ao consumo médio(1). (DGE, 2004)

(1) Valores calculados com base no preço da tarifa simples e do valor de 0,50 €/m3 do custo da água.

Efficient-Appliances.org – Base de dados dos equipamentos mais eficientes disponíveis no mercado.

Stand-by

Quando os equipamentos estão em modo stand-by continuam a consumir energia eléctrica. Neste modo o consumo dos equipamentos pode representar 12% do seu consumo anual de electricidade.

Os sistemas audiovisuais, como a televisão, vídeo, sistema hi-fi, entre outros e os equipamentos informáticos possuem este modo de funcionamento e estão em média neste modo mais tempo do que em funcionamento. Os consumos de stand-by representam em média cerca de 380 kWh/ano. (DGE, 2004)

EnergyStar.org – Lista de produtos de etiquetagem de equipamento electrónico com o objectivo de reduzir os consumos em modo de stand-by.

Iluminação

O custo inicial das lâmpadas fluorescentes compactas é bastante superior ao das lâmpadas incandescentes, no entanto o seu custo ao longo do ciclo de vida é bastante inferior como se pode observar no gráfico seguinte. No primeiro ano poupa 8 €, dois anos depois poupa 22 € e cinco anos depois poupa 57 €.(1)

(1) Valores anuais calculados com base na tarifa simples, taxa de actualização de 8%/ano, lâmpada incandescente de 100 W e LFC de 20 W, com um custo de 0,5 € a lâmpada incandescente e de 6 € a LFC, tempo de vida útil da lâmpada incandescente de 1000 horas e da LFC de 6000 horas e uma utilização de 4 horas/dia.

Eficiência Energética - Redução Consumo Iluminação
Eficiência Energética – Redução Consumo Iluminação

Factor Solar dos Vãos Envidraçados – Eficiência Energética

Para além do coeficiente térmico dos vãos envidraçados é importante considerar o factor solar do vidro que os compõe, pois no Verão permite reduzir a quantidade de calor que entra pelo envidraçado através da radiação solar.

O Factor solar do envidraçado é o quociente entre a energia transmitida para o interior através de um vão envidraçado com o respectivo dispositivo de protecção e a energia da radiação solar que nele incide. RCCTE (Dec.-Lei n.º 80/2006)

Factor Solar - Vãos Envidraçados
Factor Solar – Vãos Envidraçados

Valores retirados do RCCTE (Dec.-Lei n.º 80/2006). As linhas horizontais representam os coeficientes de referência e os limites máximos constantes no regulamento para as zonas climáticas.

As protecções exteriores à excepção do estore com lona muito transparente cumprem os coeficientes de referência do RCCTE para dispensa de verificação detalhada do regulamento.

As portadas de madeira exterior de cor clara têm o melhor desempenho.

As persianas de réguas e as venezianas são soluções que têm bastantes vantagens no Verão, pois para além de terem um factor solar baixo (reduzindo a entrada de calor através da radiação solar) permitem a entrada de ventilação natural quando estas estão fechadas.

Dentro das soluções de protecção interior a protecção entre os dois vidros (no caso de caixilharias duplas ou simples de vidro duplo) tem um melhor desempenho.

As protecções opacas embora tenham um melhor desempenho não permitem a entrada de luz natural para iluminação durante o dia, não sendo por isso recomendáveis.

Eficiência Energética - Tipos de Vidros
Eficiência Energética – Tipos de Vidros

Vãos Envidraçados – Eficiência Energética

A escolha da caixilharia e do tipo de vidro para os vãos envidraçados é preponderante no comportamento térmico do edifício.

Na escolha da caixilharia é necessário ter em conta a capacidade de isolamento acústico e térmico.

Os materiais mais utilizados são:

  • Caixilharia de madeira
  • Caixilharia de alumínio
  • Caixilharia de alumínio com corte térmico
  • Caixilharia de PVC
Eficiência Energética - Coeficiente Transmissão Térmica Envidraçados
Eficiência Energética – Coeficiente Transmissão Térmica Envidraçados

Os valores apresentados equivalem a uma caixilharia simples de vidro duplo retirados de tabelas do LNEC (1). As linhas horizontais representam os coeficientes de referência do RCCTE para as zonas climáticas.

(1) Coeficientes de transmissão térmica de elementos da envolvente dos edifícios, Santos, Pina e Matias Luís, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2006

A caixilharia em PVC e madeira tem um melhor desempenho que a caixilharia em alumínio com e sem corte térmico.

Entre as soluções de caixilhos em alumínio tem melhor desempenho térmico o caixilho fixo e o giratório em relação ao caixilho de correr.

O PVC é o material que apresenta melhores índices de isolamento acústico.

A madeira e o alumínio têm índices similares de isolamento acústico.

A madeira é um material mais ecológico, durável (com um tempo de vida de cerca de 40 anos) e bastante resistente, se for de origem de florestas certificadas, e se receber tratamento adequado não necessita sequer neste caso de alguma manutenção.

O alumínio é um material bastante resistente e durável com acabamento de preferência anodizado, no entanto tem uma grande energia incorporada e tem um grande impacto no aquecimento global.

O PVC é um material bastante resistente, moderadamente durável (com um tempo de vida de cerca de 25 anos), reciclável, no entanto o PVC branco tende a mostrar descoloração ao envelhecer e é um derivado da indústria petroquímica.

As caixilharias com lâmina de ar de 16 mm têm um melhor desempenho térmico que as caixilharias com lâmina de ar de 6 mm.

As caixilharias com permeabilidade ao ar baixa tem um desempenho térmico melhor do que com permeabilidade elevada, no entanto o vão envidraçado deve possibilitar a renovação de ar.

A renovação de ar das caixilharias contribui para a ventilação natural e evita a produção de condensações no interior. Estas renovações de ar implicam perdas de energia pelo que é necessário criar um equilíbrio entre elas.

No mercado existem grelhas de ventilação aplicáveis em caixilhos de madeira, alumínio ou PVC que permitem a ventilação com a janela fechada.

As aberturas nos caixilhos são reguladas manualmente permitindo o aumento do caudal de ventilação natural no interior e a remoção do vapor de água, tanto de Verão como de Inverno.

A orientação dos vãos envidraçados determina a escolha do tipo de vidro. Os envidraçados orientados a Norte devem evitar as perdas de calor para o exterior e os expostos a Sul devem reduzir a entrada da radiação solar.

O vidro baixo emissivo (low E) ou também designado de vidro de isolamento térmico reforçado é um vidro que permite um óptimo isolamento térmico ao reduzir as perdas de calor. Este vidro pode ter um factor solar baixo ou elevado. O factor solar do vidro deve ser tido em consideração com o coeficiente de transmissão térmica do vidro. Os vidros com factor solar baixo para além do isolamento térmico no Inverno proporcionam uma boa protecção contra o calor, sendo ideais para uso em envidraçados com exposição ao Sol directa e sem protecção solar. Os vidros com factor solar elevado proporcionam a entrada do calor do Sol e da luz natural e igualmente permitem um óptimo isolamento térmico, sendo ideais quando o objectivo é maximizar as trocas solares e luminosas.

O vidro duplo pode integrar no seu interior uma lâmina de ar seco ou um gás de isolamento térmico (argón por exemplo) aumentando o seu desempenho térmico e luminoso, no entanto é uma solução mais dispendiosa.

A Importância da Espessura do Isolamento Térmico

Relação entre a expessura e o consumo de energia ao longo de 10 anos

Eficiência Energética - Relação Espessura Consumo Isolamento
Eficiência Energética – Relação Espessura Consumo Isolamento

O Total do custo anual em energia associado a um isolamento exterior em EPS de 10 cm ao fim de 10 anos é de menos cerca de 2.000 € em relação ao mesmo isolante com 4 cm de espessura. Verificando-se uma maior diferença entre os 4 e os 7 cm e uma menor entre os 8 e os 10 cm. Sendo a diferença ao fim de 10 anos entre os 4 e os 8 cm de 1.500€.(1)

(1) Valores anuais calculados com base nas necessidades nominais de energia segundo o RCCTE e no preço da tarifa simples de 0,11€/kWh

Relação de investimento e poupança com o aumento de 10 mm no isolamento térmico

 

Eficiência Energética - Relação Investimento Poupança

 

Em relação ao isolante exterior em EPS com 4 cm, o retorno do investimento em menor consumo de energia na aplicação de um isolante com espessura até 10 cm é pago em cerca de 4 anos e meio, e o investimento em isolantes até 7 cm é pago em 3 anos.

(1) Valores anuais calculados com base nas necessidades nominais de energia segundo o RCCTE e no preço da tarifa simples de 0,11€/kWh